sexta-feira, 19 de novembro de 2010

UMA CAUSA PARA VIVER (ou morrer)

Na história da humanidade, desde os primórdios da consciência humana, o homem inevitavelmente buscava algo que o fizesse “existir”, “viver” – tinham uma causa, um motivo, ao levantar cada manhã tinha um objetivo: Adão e Eva tinham que cuidar da Terra; William Willbeforce, buscava a abolição dos escravos no Reino Unido; Noé, construir um barco; Abraão, ser pai de uma grande multidão; William Wallace, libertar a Escócia do Reino Unido; Moisés, libertar seu povo e fazê-lo chegar à Terra Prometida; José, ser um grande homem; Joana D’Arc libertar a França da invasão inglesa; Davi, honrar seu grande Deus sendo um grande rei; Josué, tomar posse da Terra Prometida; Martin Luther King lutar pelos direitos civis americano e pela paz entre brancos e negros; Débora, julgar seu povo retamente e livrá-lo dos inimigos; Madre Tereza de Calcutá, estabelecer vínculos de amor para salvar vidas; Ester, conseguir o favor do rei e livrar seu povo da morte; Jesus, fazer a vontade do Pai para que todos sejam salvos...

Na lista acima, muitos foram heróis e mátires; alguns lutaram e morreram por sua causa, outros viveram por ela. A lista é grande, poderia continuar por muitas páginas, mas acredito que a idéia principal já está à mostra: QUAL A SUA CAUSA? PARA QUE VOCÊ LEVANTA TODOS OS DIAS DE MANHÃ (alguns de tarde)? SUAS FORÇAS SÃO GASTAS EM QUE?

Ninguém vive ou morre por um emprego, uma universidade, um curso, uma casa, um carro, um cargo, um amor, um desamor. Digo: ninguém em sã consciência do que está em jogo nesta vida, vive ou morre por nenhuma destas causas. Alguns pobres cristãos ainda se arriscam e se gastam e vivem e morrem por uma causa: a proclamação das Boas Novas de Jesus – seja arriscando suas vidas nos países fechados à pregação do Evangelho, “traficando” Bíblias para estes países, seja indo às tribos, seja gastando sua vida na tradução de Bíblias para outras línguas e dialetos, seja em meio as tribos cosmopolitas nos guetos do tráfico/consumo de drogas, seja entre prostitutas(os) e maltrapilhos.

De fato, a Seara é grande, o trabalho é extenso e poucos são os que se arriscam a deixar SUA causa conscientemente (casa, trabalho, cargo, curso, etc.) para viver (ou morrer) pela causa do Seu Senhor.

Uns dizem que é loucura, outros inconseqüência. É estranho pregar aos outros um Evangelho ousado que liberta a mente e o espírito, quando somos aprisionados de corpo, mente e espírito na inoperância desse Evangelho em nós. Na realidade, é a mais pura hipocrisia com uma pitada de covardia.

Fico pensando (de vez em quando em crises de consciência que não duram mais que alguns minutos, claro!), o que o Senhor pensa quando me sinto “a crente” – quando vou à igreja e sento lá no banco ou na cadeira confortável, canto os hinos e as músicas, entrego minha oferta e volto mais aliviada para casa após o sermão água com açúcar do pastor que conforta minha alma e acalenta meu miserável sonho... Como sou boa cristã! Ou quando participo de algum trabalho ou projeto evangelístico e como rapidamente me chamam (ou confundem!) com uma missionária! Ou quando participo dos ministérios da igreja e me vejo “assoberbada” de trabalhos, achando que minha participação é valorosa demais na obra do Senhor!

Para falar a verdade, as minhas crises de consciência servem para me mostrar o quão inconseqüentemente eu vivo... Como aquele tolo da Bíblia que construiu sua casa na areia e não na Rocha. Sim, porque quantos de nós viveríamos ou morreríamos por qualquer uma das coisas citadas acima? Ou por todas elas? O nosso Senhor, Jesus, viveu e morreu fazendo qualquer uma destas coisas citadas? Buscando algo para esta vida?

Bem, nos três anos e meio de seu ministério na Terra, Jesus se gastou por cada amigo ou inimigo, por cada judeu, romano, publicano, samaritano, fariseu ou ateu; por cada mendigo, cego, coxo, leproso...; pelo rico e pelo pobre; por todos... Ele não ia apenas aos domingos às sinagogas – Ele ensinava também nos montes e vales. Ele não participava de um projeto ou trabalho missionário, Ele era a própria Missão. Ele não se achou superior aos demais, ao contrário sentia-se e se portava como servo. Eis que é Ele o nosso Alvo, o exemplo a ser seguido. Quantos de nós vamos verdadeiramente responder: Eis-me aqui Senhor, podes me enviar?

POR QUAL CAUSA VOCÊ VIVE? POR QUAL CAUSA VOCÊ MORRERIA? QUAL A VONTADE DO PAI PARA SUA VIDA? Porque se há uma causa pela qual valha a pena viver ou morrer é a dEle: fazer a vontade do Pai.